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Publicado em: 27 de novembro de 2020
Categorias: Dicas, Agronegócio
Gerenciamento de risco torna transporte mais seguro
Fonte: Estadão
O transporte e a logística foram alguns dos segmentos que mais se reinventaram nas últimas décadas. De um lado, veículos cada vez mais conectados e, de outro, transportadoras provedoras de soluções logísticas mais inteligentes. Com o gerenciamento de risco não foi diferente.
Essa ferramenta saiu do plano tradicional de monitorar e rastrear a carga ou mesmo oferecer informações sobre o caminhoneiro. E se tornou um provedor de segurança logística a fim de amenizar riscos em todos os âmbitos da operação.
Diretor comercial e de marketing da Autotrac, Marcio Toscano explica que está ocorrendo uma transformação digital do mercado de transportes e logística. Os sistemas de rastreamento ganharam uma complexidade muito grande. E, agora, além de atenderem às necessidades de gestão operacional da transportadora passaram a incluir muitas funcionalidades. E essas funções cumprem as exigências de toda a cadeia logística. Tais como os embarcadores que, em larga escala, já exigem o controle da telemetria para garantir suas políticas de saúde, segurança e meio ambiente, o chamado SSMA.
“O gerenciamento de risco saiu do formato tradicional, que consistia em criar um plano, monitorar e rastrear as cargas. E foi para outro patamar, com muito mais tecnologia e eficiência. Hoje, somos fornecedores de informações valiosas para o mercado. O ciclo tornou-se cada vez mais inteligente, online e em tempo real. Com etapas que trazem mais segurança e agilidade para transportadores e embarcadores”, avalia Toscano.
Vice-presidente da Buonny, Eliel Fernandes explica que as gerenciadoras de risco vivem a era da integração digital. As empresas do segmento desenvolveram softwares capazes de concentrar em uma única plataforma todas as tecnologias de gestão de operação da transportadora.
“Por exemplo, um cliente com veículos na frota de variadas marcas pode também atuar com mais de uma marca de monitoramento e rastreamento. Às vezes, esse cliente adquire os sistemas da mesma fabricante de caminhão que ele está comprando. E sua frota é composta por várias marcas de veículos. Como gerenciadora de risco buscamos eficiência na prestação de serviços. E uma das soluções foi integrar todas essas tecnologias em uma única torre”, explica o vp da Buonny.
Essa integração trouxe ganhos à operação. As gerenciadoras conseguem concentrar todo o monitoramento dessa frota em um único mapa da gerenciadora.
Novidades em gerenciamento de risco
Marcio Toscano explica que uma das novidades mais recentes é uma ferramenta, que, na empresa, é chamada Autotrac Smart Camera. Ela consiste em câmeras embarcadas com gravador digital de vídeos (DVR), integrados à telemetria do rastreador.
Com esse sistema, em cada evento importante durante a viagem, o cliente recebe um alerta da violação. Além disso, também recebe um streaming de vídeo com as imagens. São quatro câmeras distribuídas no veículo. No caso de uma freada brusca, por exemplo, a câmera frontal traz um trecho de vídeo com os instantes anteriores e posteriores à freada, para que o gestor verifique a causa. Se a frenagem foi causada por animal na pista, pedestre, buraco na pista e outros. Ou se houve alguma colisão decorrente da freada. Outro bom exemplo é o envio de vídeos de dentro da cabine em caso de alertas de abertura da porta do carona.
“A experiência do operador de risco torna-se muito mais completa já que ele literalmente entra na cabine do veículo durante a viagem”, diz o diretor.
Outra ferramenta que está se popularizando rapidamente é o Sensor de Direção Segura (SDS) que controla eletronicamente sinais de fadiga, sonolência, distração (conversa com carona) e uso do celular, dentre outros. Sempre que o SDS percebe um desses comportamentos, o motorista recebe um alerta de voz automático dentro da cabine do veículo. E o cliente recebe um alerta no software indicando o tipo de violação, data, hora, local etc. para que ele possa tomar outras providências. Pode ser desde bloquear o veículo até como reduzir a potência do motor. Para os clientes que possuem câmeras embarcadas, pode-se ainda enviar o vídeo do motorista durante a violação.
Segurança
Fernandes explica que existe uma tendência no mercado de gerenciamento de risco, e que na Buonny é realidade, de integrar o celular do motorista no monitoramento da frota. A finalidade é fazer do aparelho mais uma ferramenta de apoio de localização do caminhão e do condutor.
Um aplicativo instalado no celular do condutor tem o papel de localizar o posicionamento do veículo e do motorista. À medida que, por exemplo, esse celular se afasta do veículo, a gerenciadora consegue saber onde está o motorista. No entanto, o sistema também pode ser uma importante ferramenta de apoio para monitorar o caminhão que não tem rastreador.
Inteligência na busca e oferta de frete
Essa solução também pode gerar oportunidade de frete para o caminhoneiro. “Se o transportador estiver precisando contratar um motorista, ao invés de ele ir atrás de agenciadores de carga, com essa solução ele consegue monitorar o caminhão que está perto de onde ele tem que carregar a mercadoria. E aí já pode contratar esse motorista. Funciona como o mesmo conceito do Uber. Com o diferencial de nele contar com um filtro com o perfil do profissional e do veículo. O que evita de o transportador contratar motoristas com o perfil inadequados.”
Com essa tecnologia, a indústria de gerenciamento de risco vem reduzindo em milhares de reais os prejuízos que podem ser causados em função de roubo de carga. E até reduzir os impactos causados por apropriações indevidas de identidades. E isso ocorre por meio do sistema de reconhecimento facial. Esse sistema identifica o motorista por meio de foto e, dessa forma, evita a clonagem e falsificação de documentos na hora de pegar o frete.
Para se ter ideia, somente a Buonny, em quase dois anos operando com essa tecnologia, inibiu cerca de 635 tentativas de bandidos que iriam clonar a identidade de caminhoneiros. Essa prática é feita para que bandidos possam se passar por motoristas nas agenciadoras de frete para pegar carga e depois roubá-la.
Com a ferramenta, foi possível obter uma R$ 90 milhões. Ou seja, esses valores seriam prejuízos caso as mercadorias fossem roubadas. Vale ressaltar que esses dados são apenas da Buonny. Praticamente todas gerenciadoras de riscos oferecem esse serviço.
Contribuições do GR para o TRC
Quando questionado sobre de que forma o gerenciamento de risco ajuda em uma operação mais eficiente e econômica, Toscano, da Autotrac elenca duas grandes contribuições. A primeira é a redução dos roubos e acidentes. Isso porque os acessórios de segurança e o software de operação incorporam mais de 25 anos de know-how em gerenciamento de riscos do transporte.
“O Brasil tornou-se um excelente laboratório para o aperfeiçoamento desses sistemas. Não há em nenhum outro país do mundo uma ferramenta tão completa para gerenciamento de risco quanto as disponíveis no Brasil”, diz o executivo.
Telemetria
O segundo ponto é a telemetria, uma vez que boa parte dos custos operacionais está concentrado em diesel, pneu e manutenção do veículo. E esses três itens são diretamente impactados pela forma como o motorista conduz o veículo.
“A telemetria veio exatamente para garantir que os limites operacionais definidos pela transportadora, pela apólice de seguro, pelas regras de SSMA do embarcador e pelos fabricantes de caminhões e pneus, sejam cumpridos. Só com o controle de velocidade e do limite de rpm (faixa verde), freadas bruscas. Além da gestão do veículo parado com motor ligado, todos proporcionados pela telemetria, a economia que se alcança com combustível e de pneu já paga todo o sistema de rastreamento”.