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Publicado em: 5 de março de 2021

Categorias: Clientes, Dicas, Agronegócio

Estratégias de logística que merecem sua atenção

Fonte: Consumidor Moderno

setor de logística foi um dos mais impulsionados pela crise gerada pela Covid-19 no mundo todo. As restrições de mobilidade impostas pelas autoridades mantiveram grande parte da população em casa, mas não diminuíram sua necessidade – e o seu desejo – de consumir. Apenas no primeiro semestre de 2020, o e-commerce no Brasil registrou 90,8 milhões de pedidos, um aumento de 39% em relação ao ano anterior, segundo o relatório Webshoppers da Ebit | Nielsen.

Na outra ponta, alguns segmentos da indústria, pegos de surpresa pela pandemia, sofreram com falta de insumos e dificuldade de importação e tiveram problemas para atender a demanda. O resultado disso foram empresas buscando novas estratégias de logística para manter a cadeia de suprimentos em atividade e com a eficiência exigida pelo cliente.

“Durante esse período de pandemia as vendas de alimentos em supermercados tiveram um boom e tivemos que nos adaptar para garantir a disponibilidade de frota e equipe logística para atender toda essa alta demanda de produtos essências para sobrevivência da população”, conta Rennan Carsten Laurentino, diretor de operações da Carsten Serviços, especializada na operação de abastecimento de autosserviço.

Segundo Laurentino, a empresa buscou na tecnologia a solução para agilizar a gestão do processo de recebimento, transporte e entrega de mercadorias.

“Tivemos uma aceleração no processo de digitalização e modernização do setor para atender esse novo cenário. As empresas de transportes e logística precisam estar antenadas às novas tendências e modelo de consumo”, diz. “Ter a operação conectada em todas as etapas do processo é indispensável para esse setor e ter a tecnologia como aliada em suas operações e tomada de decisões é fundamental”, conclui o diretor de operações.

O investimento em tecnologia é uma das soluções para as empresas de logística, mas não é a única.

Buscar proximidade é a mais importante das estratégias de logística

O mercado já vivia, antes da pandemia, uma corrida por entregas rápidas. O aumento do volume de compras pela internet nos últimos anos trouxe para o jogo um consumidor mais exigente em relação aos prazos.

Para quem vende, garantir a entrega do produto na casa do cliente antes da concorrência se tornou um grande diferencial competitivo. A solução é encurtar as distâncias com a criação de centros de distribuição – os CDs – e a busca por parceiros que atuem regionalmente, explica Laurentino.

“A descentralização é o caminho. As grandes empresas de varejo e e-commerce estão instalando centros de distribuição em regiões estratégicas de alto consumo ou contratando operadores logísticos regionais especialistas para que as entregas sejam muito mais ágeis e eficientes”, diz.

Em setembro de 2020, a Amazon, por exemplo, anunciou a abertura do seu quinto centro de distribuição no país (quatro estão em São Paulo atendendo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e um Pernambuco para atender Norte e Nordeste). O Mercado Livre, por sua vez, abriu seu terceiro CD no ano passado. Agora a varejista possui dois armazéns no estado de São Paulo e um na Bahia.

Na prática, o CD estrategicamente posicionado mantém o estoque mais perto do consumidor, o que agiliza a entrega na chamada “última milha”, como é conhecida a etapa final do caminho do produto até a casa do cliente consumidor. Nesse momento, a parceria com empresas de logística locais é fundamental.

Transporte deve ser moderno e eficiente

Além da localização estratégica, a qualidade do transporte é fundamental no processo logístico. As empresas do setor atuam com produtos de diversos segmentos e que exigem tratamento diferenciado. Alimentos e medicamentos, por exemplo, requerem rígidos controles de segurança e respeito a prazos.

As proporções continentais do Brasil tornam o trabalho um desafio. Para agilizar suas entregas, o Mercado Livre criou a Meli Air, sua própria frota de aviões composta por quatro aeronaves, a maior delas um Boeing 737-400F.

Obviamente, investir em aviões é para poucos players do mercado, o que não quer dizer que é possível ficar parado. Investir em transporte de qualidade é fundamental para quem atua com logística.

“Precisamos evoluir de forma urgente para as alternativas de transportes mais sustentáveis, isso já é uma realidade no cenário internacional”, afirma Laurentino. Ele explica que o Brasil depende de uma única fonte de energia para ser abastecido – o diesel – que além de impactar no meio ambiente representa de 40 a 60% dos custos totais do transporte de cargas.

O investimento em uma frota movida a GNV é uma opção apontada pelo diretor de operações. “É o único combustível alternativo para frota pesada nesse momento no Brasil e o seu uso contribui para a redução das emissões de CO2 na atmosfera”, diz.

A melhora da frota não só torna o transporte mais seguro e eficiente, mas também pode deixá-lo mais barato e impactar na redução do preço final dos produtos transportados. Isso é importante para as redes de varejo que, na briga para poder oferecer frete grátis para seus clientes, precisam economizar de todas as formas.

Modernização do setor é urgente e pode reduzir custos

Reduzir o custo total da operação deve ser um objetivo para quem atua no setor, que ainda é muito tradicional no Brasil. Os preços de veículos e equipamentos são elevados, assim como o custo dos combustíveis e pedágios, além da carga tributária.

Segundo Laurentino a chave é a inovação. “O grande desafio da logística no Brasil é a modernização das operações, transição para equipamentos modernos e conectados que irão refletir em baixo custo de operação e mais sustentabilidade”, explica.

Para o diretor de operações também é preciso qualificar a mão de obra para acompanhar as evoluções do setor.

“O momento de inovar e tirar os projetos do papel é agora, as grandes empresas do Brasil e do mundo estão procurando empresas de logística que conseguem ser versáteis, tecnológicas, que apresentem um alto nível de serviço alinhado com menor custo de operação”, afirma.

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